terça-feira, 20 de janeiro de 2009
Amenidades
Na última sexta-feira, aconteceu em São Paulo a festa All the beats, promovida pela dupla Jr. Deep e Guilherme Lopes, o Drumagick. Festa de alto nível, música da melhor qualidade, público bacana, enfim, condições bastante favoráveis para uma noite de descontração. Na pista principal, o próprio Drumagick aqueceu a pista para, em seguida, o DJ Andy, recém chegado da Europa, apresentar o seu set.
Uma porção de DJs e produtores compareceu. Entre eles, o ilustre DJ Marky. Esse texto, na verdade, pretende reportar um bate-papo que rolou com ele já no final da festa, enquanto o Marnel fazia o seu set na pista principal. Uma oportunidade única: na mesma roda, DJ Andy, DJ Marky e, bem, digamos, friends...
Pudemos ouvir várias histórias do início da carreira: falaram sobre lugares ermos onde já tocaram, relembraram de pessoas que participaram dos primórdios da cena de música eletrônica no Brasil e que hoje tomaram caminhos diversos (o Andy falou sobre um cara que hoje tem um carro de pamonha!). Depois dessa sessão nostalgia, Marky mencionou problemas de bastidores que o público dificilmente fica sabendo. Por exemplo, o calote que ele e outros artistas sofreram de uma gravadora pretensamente dedicada à música underground.
Falou um pouco sobre sua rotina. Entre outras coisas, disse que não ouve drum’n’bass em seu dia-a-dia. Afirmou que ouve muita bossa-nova e coisas diversas, de onde lhe surge a inspiração para evitar uma produção viciada. Disse que hoje já não mais precisa comprar discos – ele os recebe diretamente de outros produtores. Afirmou que dedica parte de seu tempo a ouvir o material que recebe e que, no final das contas, acaba tocando somente o que gosta, afinal, recebe muita coisa boa, mas uma porção de irrelevâncias também.
O ponto alto da conversa, na minha modesta opinião, foi a resposta ao ousado comentário de uma das meninas que estavam na roda:
Marky, estou surpresa com essa sua humildade hoje...
A resposta foi formidável. Cito de memória, mas foi algo bem próximo disso:
Está surpresa porque muita gente que nem me conhece, que nunca conversou comigo, fala um monte de bosta. Vocês não estão aqui, conversando comigo, normal? Então, não tem essa de o Marky é estrela e o caramba. Todo mundo é igual, todo mundo vai pro mesmo buraco...
Talvez, se eu não tivesse presenciado a resposta e visto a forma como ele conversava com todos os que se aproximavam, eu recebesse essa resposta com algum ceticismo. Mas seu procedimento estava à frente de suas palavras. No fim, é isso. DJ Marky merece todo o destaque que conquistou.
Big up.
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2 comentários:
Olá William, Muito obrigato pelo relato:)
Pessoas como você nos deixa muito felizes por ser o que ser. Apenas amantes da arte.
Espero que ocorram mais edições e até uma próxima:)
Abraços
Guilherme
Drumagick
Olá william, como vai?
Muito obrigado pelo relato. Por vc eu fico ainda mais feliz de ser o que penso e sou.
Apenas amante da arte.
Espero que ocorram mais edições e até uma próxima.
Abraços
Guilherme
Drumagick
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