sábado, 21 de março de 2015

Onde tudo está por fazer



Andrei Pleşu nasceu em Bucareste em 1948. Original disponível aqui.

Depois de estudar humanidades em Bucareste, Bonn e Heidelberg, tornou-se seguidor de Constantin Noica, a cujas conferências semiclandestinas assistiu em Păltiniş. Banido durante os últimos meses do regime comunista, foi convidado para unir-se ao governo depois da revolução de 1989 e foi Ministro da Cultura por dois anos; foi também, entre 1997 e 1999, Ministro das Relações Exteriores.
Andrei Pleşu é professor de filosofia na Universidade de Bucareste e escreve regularmente para Dilema Veche, publicação da qual é membro fundador. É também reitor do New Europe College, um instituto multidisciplinar de educação superior criado em 1994 e situado na Rua Plantelor, numa elegante casa de estilo neoclássico compartilhada com a embaixada suíça.

Alexandre Mirlesse encontrou-se com ele numa noite do verão de 2007.

Alexandre Mirlesse concluiu o internato na Notre Europe. É estudante da École Normal Supérieure em Paris.

Entrevista concedida no âmbito do programa de pesquisa sobre a identidade europeia da Notre Europe, no qual Alexandre Mirlesse tem viajado por toda a Europa.


Podemos falar de uma “identidade europeia”?

Pelo contrário, acho que é hora de dar uma pausa, de parar de falar sobre isso numa hipérbole atualmente favorável. Muito já se disse sobre a Europa, muito já se escreveu. O núcleo original já se alargou. Agora, aconteça o que acontecer, haverá uma ruptura antes do próximo alargamento, se este vier a acontecer. Sob essas circunstâncias, um exercício de silêncio pode ajudar. 
Ademais, o que se tem dito não é lá muito inventivo. Algumas palavras aparecem com demasiada frequência.


Então o senhor acha, como o escritor húngaro Peter Esterhazy, que as pessoas deveriam ser multadas por usar expressões como “retorno à Europa”, “casa comum”, “valores europeus”?

Ah! Já ouvi melhor: “Uma alma para a Europa”! Este era o tema de uma conferência organizada recentemente por alguns alemães. Eles gostam desse tipo de pieguice...
Mas, para ser bem sincero, não são só as palavras que são semelhantes, mas também os temas que continuam pipocando...


Quais?

Antes de prosseguirmos, deixe-me esclarecer uma coisa: esses temas per se são absolutamente honrosos. O que me espanta na verdade é a forma como são tratados.
Em primeiro lugar, claro, encontramos os famosos “valores”. Ah, valores! Cultura! Herança! Tais termos nunca deixam de adornar o fim dos discursos, mas não se pode evitar a sensação de que não são o cerne da matéria – antes, são um tipo de floreio, por assim dizer, o Rococó do discurso político. 
Recentemente, fiquei incomodado com uma declaração de Angela Merkel sobre este assunto: “A Europa não é uma comunidade cristã, a Europa é uma comunidade de valores”. Como se houvesse alguma contradição essencial entre cristianismo e valores! Se ela tivesse dito: “A Europa não é uma comunidade cristã, é uma comunidade ecumênica” ou “a Europa não é uma comunidade de loucos, é uma comunidade de valores”, haveria alguma lógica. Mas, tal como ela disse, a sentença sugere uma séria incompreensão do que sejam valores, cristianismo e Europa.


Mais algum?

Sim! O segundo tema requisitado: o bem repetido “O que o Leste Europeu pode oferecer à Europa Ocidental?”. Vocês se uniram a uma comunidade e nós, ocidentais, nos perguntamos – da maneira mais amigável possível, mas nem por isso com menos insistência – o que vocês podem trazer para nossa organização. E então todos concordam: valores! Tradições locais! Cultura!
Estou farto, cansado deste discurso. Se quiser saber minha opinião sobre valores e sobre o que o Leste tem para oferecer, eis aqui: trar-lhe-emos os nossos vícios!
Trar-lhe-emos certa lassidão histórica. Sim, estamos fatigados. Mas esta fadiga pode tornar-se uma virtude, pois a Europa esqueceu-se de como parecer cansada: ela é ativa demais, dinâmica demais, está sempre falando do futuro, fazendo planos. No entanto, a Europa é também um passado – e o Leste pode ser capaz de trazer-lhe certa distância de perspectiva, uma medida de tranquilidade, de silêncio analítico. Isso é tão necessário para a Europa quanto o dinamismo do cidadão ocidental.


É possível que essas duas Europas se compreendam reciprocamente?

Espero que sim. Neste momento, contudo, há problemas nessa reconciliação. E não acredito que alguém seja culpado por esta situação. As últimas décadas erigiram barreiras incríveis entre o Leste Europeu e a Europa Ocidental, uma assimetria na experiência, na mentalidade, na abertura. Podemos ser polidos uns com os outros, fingir progressos, mas um diálogo verdadeiro é quase impossível.
Permita-me um exemplo: Como vocês sabem, sob o regime comunista alguns escritores romenos exilados foram banidos na Romênia: Cioran e Eliade, por exemplo. Depois de 1989, finalmente os romenos puderam publicar e ler suas obras: houve uma torrente de traduções e de publicações desses escritores. Enquanto isso, no Ocidente havia uma grande preocupação com o fato de dois escritores que se haviam envolvido com a extrema-direita na juventude desfrutarem de um sucesso “suspeito”!
Consigo entender essas preocupações. Mas deve-se compreender que Cioran não foi banido pelos comunistas por ser um ex-membro da Guarda de Ferro, mas porque era demasiado pessimista. Nada tinha que ver com sua juventude direitista! Sob o comunismo, a tristeza era um vício político. Tinha-se de ser positivo, olhar para o futuro, para o Partido. Ora, Cioran era um trágico imperdoável. Quanto a Eliade, este foi banido porque se interessava por história da religião – num país ateu. O critério para o banimento não era mais político do que o critério para seu restabelecimento.
Entendo a sensibilidade e os receios ocidentais, mas espero que compreendam nossos critérios, que são completamente diferentes, porque a situação é completamente diferente.


Sua tese de doutorado, apresentada na Romênia 30 anos atrás e agora traduzida em francês, tem como título Pitoresco e Melancolia. Não é a “assimetria” que o senhor acabou de mencionar de fato bastante pitoresca? Não há um prazer em viajar, uma arte de viajar específica à Europa e mais facilmente acessível desde que as fronteiras desapareceram?

Pessoalmente, odeio viajar. Odeio lugares de viagem, aeroportos, estações. Sou lento e melancólico, não gosto de movimento, prefiro sentar tranquilo – é o meu lado “turco”. Claro, os médicos que cuidam de mim ficam horrorizados com minha natureza sedentária. Mas quando o homem que nos trouxe a corrida morreu aos 62 anos durante uma corrida, senti-me pessoalmente vingado!
Isso, entretanto, me permite responder a sua pergunta com uma citação de George Steiner, que, num texto muito bom sobre “a ideia de Europa”, escreve que a Europa é o único continente do mundo em que se pode viajar a pé. Não é possível em nenhum outro lugar. Brancuşi, por exemplo, saiu da Romênia e percorreu toda a distância entre sua cidade natal e Paris a pé, como um jovem que parte para conquistar a capital.
A Europa não foi feita para a velocidade.


Ulysse de Marsilac, um viajante francês que visitou Bucareste nos anos 1850, registrou em suas memórias: “Bucareste tem a dádiva rara de satisfazer tanto nosso desejo de civilização quanto de liberdade”. O senhor acha que a Romênia ainda é “exótica” para visitantes europeus?

Não, acho que não. Era assim até o início do século XX, quando Bucareste surpreendia o viajante europeu com o paradoxo da notável evidência de civilização e cultura na proximidade imediata do barbarismo.
Mas sua citação me faz lembrar de outro viajante, perambulando pela Grécia mais ou menos na mesma época. Ele relatou ter encontrado nas montanhas um tipo de monge barbudo e assustador, primitivo, quase bestial. Da boca do monstro saiu uma pergunta: “De onde vem o senhor?”. Confuso, praticamente em pânico, ele respondeu: “Venho da França”. E o monstro perguntou em francês: “Sim! E como vai monsieur Voltaire?”.
O contraste entre a aparência bestial e a referência a Voltaire deram-lhe a sensação de um completo exotismo. E o que é claramente típico do sudeste europeu: lá você encontra pessoas que têm um conhecimento extraordinariamente vasto e todos os complexos das pessoas de países pequenos.


Que complexos o senhor tem em mente?

Complexos de inferioridade. Como diz Cioran: “O orgulho de uma pessoa nascida numa cultura pequena está sempre ferido”.


Ainda há intelectuais da região “em suspenso”?

Certa vez, Mircea Eliade contou-me seus primeiros dias em Paris. Lá, encontrou-se com Georges Dumézil, que lhe perguntou qual era seu campo de estudos. Eliade respondeu: “a história das religiões”. Dumézil ficou surpreso: “Bem, é um campo muito amplo. Eu, por exemplo, me especializei nas fontes indoeuropeias da religião – e é mais do que suficiente”. Então continuaram a conversar. Duas horas depois, Dumézil exclamou: “Mas o senhor sabe tudo!”. E Eliade respondeu: “Senhor, é assim que deveria ser”.
Eis aí o complexo de inferioridade dos intelectuais do Leste. Eles se sentem obrigados a ser mais do que são, a saber mais do que é possível ou necessário para enfrentar a competição com a metrópole – essa característica tem grandes vantagens e também grandes desvantagens.


Quais?

A maior vantagem, no caso de uma mente rica e poderosa como a de Eliade, é a capacidade de atingir um conhecimento enciclopédico impressionante; a maior desvantagem, em seres menores, é um amadorismo cambaleante. Parece que você sabe tudo, está interessado em tudo; mas não há profissionalismo. Você toca uma música alegre que acalma o ouvido. Esse diletantismo pode ser bem estimado, mas carece de profundidade, estabilidade, Gründlichkeit.
Constantin Noica era amigo de Cioran e de Eliade; ele poderia ter ido para o exílio como eles no final da década de 1940, mas não o fez. Quando lhe perguntamos por que não, no fim de sua vida, Noica respondeu: “Se eu tivesse ido para o Ocidente como professor de filosofia, teria de encontrar algum detalhe irrisório na história da filosofia em que pudesse me especializar, pois tudo já foi tratado lá. Eu teria de devotar minha vida a alguma observação irrelevante de Aristóteles; ao passo que aqui, onde tudo está por fazer, basta que leia Aristóteles”.
O prazer, a liberdade impura de ler Platão, “caminhar em avenidas largas”, como ele disse, e não apenas em ruas estreitas – essa tem sido a grande oportunidade de minha vida intelectual. Mas é uma faca de dois gumes: a sensação de mobilidade, de um lado, e a impressão de estar à margem, de outro.


E qual era o seu propósito quando criou o New Europe College? O senhor encontrou um meio-termo entre a especialização e a abordagem enciclopédica?

Em verdade, eu queria criar um lugar para a normalização da vida intelectual. Antes de 1989, só se podia conduzir pesquisas sob permissão do Estado; não se podia seguir com seus próprios projetos, não havia tratamento transdisciplinar. Eu queria que o NEC fosse o lugar em que os membros estivessem livres para perseguir seus próprios projetos – sujeitos a uma única regra compulsória: encontros semanais para a troca de ideias.


É isso que faz do seu College europeu?

Sim. Acho que o perigo para a Europa contemporânea é o extraordinário isolamento das diferentes faculdades – ou sua homogeneização em alguma vaga ideologia tecnológica.
Trocas de ideias estão no coração da existência do College: mantemos um seminário semanal no qual especialistas de diferentes áreas – teólogos, arqueólogos, cientistas políticos, estudiosos das humanidades no sentido mais abrangente possível – se encontram e tratam de assuntos relevantes para todos em seu próprios ramos, de modo “interdisciplinar”, como se diz hoje. Isso força todos a olharem para além de seu próprio campo, para além das próprias obsessões ou prioridades científicas e a voltar sua atenção para outras disciplinas, outros projetos, outras ideias.


Qual seria, para o senhor, a educação ideal para um europeu?

Para responder a isso, tenho de citar Noica de novo. Ele costumava dizer: Seria crucial voltar à escola novamente entre os 30 e 35 anos de idade, porque quando se vai à escola, você é obrigado a estudar química, e geografia, e você fica entediado. Reestudar tais matérias depois de adulto, ler de novo um manual de geografia, é casar o conhecimento enciclopédico com a força da maturidade. Isso daria à Europa amplitude intelectual e capacitaria os europeus a recuperar sua abertura e tolerância – esses famosos “valores” que até agora não passam de retórica.
Eu sugeriria, portanto, que nossas instituições organizassem nas cidades europeias aulas públicas abertas a todos, por dois ou três anos, em todos os campos. Essa abertura de mente de todos os frequentadores – utópica o quanto seja – tornar-se-ia uma fonte de sabedoria e de ar fresco.


Do pitoresco à melancolia: o senhor acha que este humor é tipicamente europeu?

Talvez. Confesso que seria capaz de dizer que a melancolia é o humor tipicamente europeu, mas não diria que o humor típico da América ou da África é a melancolia. Associo-a mais estreitamente à Mitteleuropa, que, com sua mistura de povos e sua história colorida, é o território natal da melancolia.
Melancolia é o rosto da Europa pós-imperial. A Europa nasceu como epifenômeno de um império, o Império Romano. Desde então, tem havido períodos pós-imperiais na Europa. São períodos, como o alexandrinismo, em que a exaustão dos valores é acompanhada de uma sensação de vazio. É a experiência pós-clássica que dá a algumas partes da Europa o matiz melancólico.


O senhor mencionou a Mitteleuropa; contra ela, Cioran escreveu: “só há três tipos de tristeza: a russa, a húngara e a portuguesa”.

Não entenda isso de modo literal. Mas concordo que há uma melancolia específica para cada povo e que algumas são mais intensas do que outras. Os povos, como os homens, não são igualmente melancólicos.


Por outro lado, alguns povos têm maior senso de humor que outros?

Há humor por toda parte na Europa – mas aqui ele assume um tom particular nascido da experiência histórica.


O “haz de necaz” [rir da própria desgraça]?

É isso. Ou, como se diz nas comunidades judaicas, trotzdem lachen: rir, apesar de tudo. É riso do gueto: a situação é trágica, mas vamos rir mesmo assim.
Só mais uma palavra sobre a melancolia: aquilo de que a União Europeia carece é precisamente isso: alguma forma de melancolia. Hoje, toda a Europa olha para a frente: elabora um modelo e então corre a toda a velociade para alcançá-lo. Foi isso que levou Vladimir Bukowski a dizer: Agora, em vez da URSS, temos a UE; em vez de Moscou, Bruxelas; e ainda o mesmo discurso: confiança, otimismo e determinação rumo a um futuro dourado.


O senhor concorda com ele?
É claro, essa afirmação é perfeita. Mas continua o caso de que o discuso da UE, o que a Comissão Europeia diz, festivo e eficaz o quanto seja, não tem tempo para reflexão, melancolia.
Quanto a este assunto, quero incluir outra palavra a favor da Europa do Leste e sua possível contribuição. Há uma passagem misteriosa na segunda epístola de Paulo aos Tessalonicenses, citada por Carl Schmitt e estudada pelo romeno Theodore Paleologue.
Segundo esta passagem, há um momento, à medida que o Apocalipse se aproxima, em que a velocidade da evolução é acelerada. E quando o fim do mundo está próximo, algo ou alguém é necessário para retardar o índice da queda, resistir um pouco a este curso inevitável. E este algo é mencionado por Paulo como catechon (κατέχον): aquele que restringe, que retarda, que resiste, que detém.
De um ponto de vista racionalista, os tipos nesta categoria não são atraentes: não são progressistas, mas, antes, conservadores: de certa forma, ficam para trás. Mas em momentos em que a história está acelerada, um catechon é útil. E acho que a Europa Oriental será capaz de exercer essa função, num mundo em que tudo se move numa direção clara, de forma aparentemente dinâmica e cada vez mais vital: talvez o ritmo daquela parte da Europa esteja prestes a retardar esta evolução, mantendo a carroça atrás dos cavalos.


A pesquisa na Europa tem um campo privilegiado?

Acredito que a Europa é essencialmente e originalmente o espaço mediterrâneo. Santo Agostinho nasceu na África do Norte antes de tornar-se um dos pais fundadores do cristianismo na Europa!
Tudo que acontece no Magrebe é nutrido pela mentalidade Europeia. A Europa irradia mas também ingere qualidades mediterrâneas que se espalham pelo Magrebe completamente com sua cozinha. O Norte da África também é Europeu. É onde culturas e tradições se misturam: eles ocuparam uma posição de destaque no nascimento da Europa e bem podem sustentar seu futuro.
Foi assim que a Europa nasceu: o império romano estava em ruínas e toda a Europa inundada de bárbaros, dando forma a algo totalmente novo. A Europa é a combinação das tradições que sobreviveram à queda de Roma e da vitalidade bárbara obscura e histérica das invasões nômades. A história pode repetir-se.


Onde o senhor procura traços da herança bárbara na Europa contemporânea?

Na tipologia, no temperamento – com seus pontos positivos e negativos. Na Europa, ainda há uma jovialidade que é bárbara, certa ausência de rotina – e também certo grau de resistência a instituições, sobretudo no Leste Europeu.


Todavia, a Europa Unida se expressa, em primeiro lugar e acima de tudo, nas instituições comuns...

Certo, mas os bárbaros do leste acham difícil ajustar-se a elas. No Leste, as pessoas tendem a ser autônomas, as instituições não têm prestígio. O Estado, as instituições, ambos são suspeitos. Para sobreviver é aconselhável evitá-los. Este é um dos problemas de nossa integração na União Europeia. 
Para concluir, gostaria de contar uma anedota sobre bárbaros e a Europa.
Tive um amigo pintor que era um fiel convicto. Numa tarde bem quente, ele tinha de ir a uma igreja – não só para orar, mas para aproveitar um pouco do clima ameno. Lá dentro, não havia ninguém, exceto o padre, sem camisa, sentado à mesa diante do altar com uma garrafa de vinho. Meu amigo, embora fosse amante do vinho, ficou um pouco contrariado. “Padre, não compreendo. Venho à igreja com a intenção piedosa de orar e o que encontro? O sacerdote despido e bebendo vinho diante do altar!”
Esta era a reação europeia: meu amigo queria respeito pela instituição, observância às regras.
E o padre respondeu: “Meu filho, esta é a casa de Deus. Sinto-me em casa aqui – e procuro agir de acordo. Se não gostas, sai!”
Esta foi a resposta bárbara: o sacerdote não se intimidava com a solenidade ou com o rigor institucional. 
Esse traço tem algo completamente sublime; traz alguma jovialidade à relação com Deus e com a instituição – mas também traz sementes de caos.