segunda-feira, 3 de março de 2014

Dois mestres e dois dedos de prosa sobre educação


Se exigirmos do homem o que ele deve ser, faremos dele o que ele pode ser. Se, pelo contrário, o aceitarmos como é, então acabaremos por torná-lo pior do que é. Viktor Frankl (citando Goethe de memória). In: Sede de Sentido. Trad. Henrique Elfes. São Paulo, Quadrante, 2003, p. 15.

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Depois de mais de cinquenta anos ministrando preleções formais em universidades e para todos os tipos de público, aprendi uma lição importante [...]. Não seja condescendente com sua plateia ao abordar assunto algum. Se fizer isso, você será rejeitado de imediato, e com razão. Por que seus ouvintes deveriam se esforçar para ouvi-lo se você está lhes dizendo algo que já sabem ou já compreendem por completo?
Sempre se arrisque a falar difícil! Através do fervor emocional do seu discurso, de sua energia física e do seu claro envolvimento corporal com conteúdos obviamente abstratos, você deve levá-los a ampliar suas mentes e a vislumbrar o que não vislumbravam antes.
Não há mal algum em dizer coisas que não compreendam. É muito melhor para eles saber que conseguiram entender algo através do próprio esforço (ainda que também sintam que algumas coisas lhes escaparam) do que ficarem sentados em seus lugares, sentindo-se insultados pela maneira condescendente com que você se apresentou.
Mortimer Adler, Como Falar, Como Ouvir. Trad. Hugo Langone. São Paulo, É Realizações Editora, 2013, p. 62.

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