terça-feira, 7 de outubro de 2008

A experiência da efemeridade

Agradeço pelas mensagens de solidariedade que recebi em função do último post. Ele está lacônico assim porque foi escrito tão logo cheguei do velório de um amigo falecido em um acidente de moto. Como exorta o Eclesiastes, melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração. Saí do cemitério um tanto perplexo. O rapaz tinha apenas 22 anos. Era mais novo que eu.
Fui tomado por um temor, uma insegurança, uma sensação de que também eu, a qualquer momento, poderia cessar minha existência. Cheguei, sentei em frente ao computador e escrevi.
Repentinamente, me dei conta de quão mesquinho eu vinha sendo. A polêmica do dia é nada. A busca desenfreada pela atualidade é nada. O avanço tecnológico é nada. A oscilação da bolsa é nada. O resultado da eleição é nada. Tudo é nada quando experimentamos nossa própria efemeridade. E é importante sair daí sabendo que o tempo é curto, curto demais para encontrar o sentido da vida.

2 comentários:

Marie Tourvel disse...

o tal "cuidar de nosso jardim"... Beijos, William, querido.

Filipe de Santa Maria disse...

Pois a vida é isto mesmo, e é em momentos de dor como este que sentimos o quanto somos frágeis. O tempo que temos é curto, mas como diz Sêneca, é suficiente para quem sabe viver. A questão é será que sabemos viver?
Abraços.